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segunda-feira, 30 de maio de 2011

"A cultura é aquilo que permanece no homem quando ele já esqueceu todo o resto"
                                                                                                                     E.Henriot

O texto abaixo foi retirado de textos do livro "Caderno de textos - inverno no MHAB 2010* e escrito por Leônidas J. Oliveira , Diretor do Museu Histórico Abílio Barreto.

Estamos assistindo, nos últimos vinte anos, a um ritmo acelerado na criação de museus. As instituições museais se multiplicam a cada dia, em número e especialização.
Os novos museus não surgiram apenas na Europa ou em nações americanas, mas em países que não tiveram ou tiveram poucas e frágeis instituições museais. Os museus vêm assumindo a tarefa de complementar a ação social da educação moderna, isso porque deixaram de ser o que eram, lugar de colecionismo,tornando-se núcleos de grande influência na formação da cultura de qualquer sociedade contemporânea.
Perante essa nova atitude,não apenas a História ganhou um novo valor social, mas os objetos materiais da cultura humana adquiriram importância como documentos históricos, anteriormente não tão apreciados.
Os museus atuais passaram a ser vistos como centros educacionais e de pesquisa, seja em âmbito interno ou externo, no acervo ou no reconhecimento do cotidiano, entendendo que a educação acontece em todos os seus processos. A partir dessa perspectiva, uma visita ao museu pode nos levar a emoções inexplicáveis, pois se instalam no mundo do que se sente, do que não se pode expressar com palavras, do comum que é o extraordinário, de nossas perguntas internas, nossas imagens, as recordações de nossas próprias mãos, de nossos sonhos e da memória.
O ato de olhar pode ser percebido como um processo perceptivo e automático e ,desse modo, pode também fazer frente ao uso e registro de imagens captadas durante a infância. Estamos certos de que o arquivo visual de cada pessoa determina suas formas de aproximação, interpretação e construção de significados das imagens captadas pela visão. Daí a importância de aumentar o arquivo visual e é justamente por isso que nos museus buscamos criar espaços que incluam a cultura visual histórica e, portanto, da memória: imagens reais e virtuais, conhecidas ou estranhas. Ver uma imagem inclui ler tal imagem e essa leitura é, sobretudo, uma construção do sentido.
Ao perguntar, explorar, fazer perguntas que envolvem explicações reflexivas, estamos participando de um processo de aprendizagem em que marcamos a rapides, a quantidade de informação e as metas desse processo.Portanto, nossas impressões, sentimentos e interpretações no âmbito do museu são partes que integram os significados dos objetos e de suas relações com nosso modo de conceber a realidade. Refletir sobre essas impressões e interpretações, descobri-las, examiná-las, revisá-las e ampliá-las no espaço do museu nos tornarão patrícipes da elaboração do conhecimento, recriando em nossa percepção novos parâmetros de entendimento da realidade.
Visitar um museu é construir processos cognitivos.
A ação educativa em museus se relaciona, em geral, com o ato de ver. Ver e aprender a ver significa perguntar-se,observar, construir significados, encontrar diferenças, relacionar imagens.
O observador entende a si mesmo como elemento partícipe da cidade, reforçando a identidade e o apreço pelo espaço em que vive.
Muita Arte e Educação