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terça-feira, 24 de maio de 2011

A educação não formal e o papel do educador
(Rumos educação, cultura e arte)

As práticas da educação não formal se desenvolvem geralmente fora dos muros da escola.
A educação não formal é voltada para questões que dizem respeito ao dia a dia dos participantes.
O principal objetivo dessa corrente educativa é a formação dos cidadãos, apurar a compreensão do mundo à sua volta e ler criticamente as informações que recebem. Isso é feito pela valorização dos elementos culturais já existentes na comunidade, às vezes mesclados com novos elementos introduzidos pelos educadores e pela experiência em ações coletivas.
Segundo Moacir Gadotti, a educação não formal é mais difusa, menos hierárquica e menos burocrática que a educação tradicional. A educação não formal está muito associada a idéia de cultura.
Ela não deve ser vista, em hipótese alguma, como um tipo de proposta contra ou alternativa à educação formal, escolar. Tampouco deve ser definida pelo que não é, mas sim pelo que é - um espaço concreto de formação com a aprendizagem de saberes para a vida em coletividade. O educador não formal deve despertar os participantes para o contexto em que vivem, o processo de formação histórica e cultural de sua comunidade e o processo de constituição de si mesmos, desafiando-os a investigar mas a fundo a própria realidade.
O principal instrumento de trabalho do educador é o diálogo; mas o diálogo tematizado, estruturado com base nas propostas das atividades.
O trabalho do educador deve ter, sem dúvida, uma boa dose de espontaneidade, mas só terá um efeito mais profundo se for sustentado em princípios e metodologias de trabalho.
A educação não formal funciona em mão dupla, o educador aprende tanto quanto ensina - o mesmo vale para os participantes das atividades.
É fundamental, assim que o educador tenha sensibilidade para entender e captar a cultura local, a cultura do outro, as características exclusivas do grupo de cada um dos participantes.
A temática deve nascer a partir do cotidiano daquele grupo, as capacidades e potencialidades organizativas locais devem ser consideradas, resgatadas, acionadas.
Com seu trabalho, o educador social ajuda a construir espaços de cidadania no local onde atua. Esses espaços representam uma alternativa aos meios tradicionais de informação. Nesses lugares o trabalho com a comunidade poderá transformar o tecido social, plantando as sementes para que novas figuras de promoção da cidadania surjam e se desenvolvam, tais como os trabalhadores sociais e culturais.
As atividades desenvolvidas pelo educador devem não apenas mapear o presente, mas também levantar prognósticos. As possibilidades que o futuro oferece são uma força que alavanca mentes e corações em busca de mudanças.
O educador é peça chave.
Pontos relevantes na formação do educador são a consciência social, a cultura política e a capacidade de comunicação, ou seja, a capacidade de lidar com saberes abstratos em um linguajar acessível ao grupo com que se trabalha.
A formação do educador deve vir acompanhada do desenvolvimento de uma consciência crítica da realidade onde ele vive e atua. Os saberes são construídos, não basta transmitir instruções porque não se aprende pelo acúmulo de informações, mas por um processo de recepção e processamento dessas informações.
A arte é o foco central ou meio para viabiliazá-la .Uma importante frente de trabalho da educação não formal é a questão das diferenças culturais e o respeito à diversidade cultural dos povos.
Todos os projetos que objetivam revalorizar campos da cultura local ou trabalhar com eles, acabam tendo algum tipo de impacto no entorno, sendo o maior deles, o de caráter educativo. Forma-se e desenvolve-se uma consciência.